terça-feira, 9 de junho de 2015

Um instante Maestro! Ou, não deixe a Música acabar!





Por Toshinobu Ishida para LinkedIn Pulse e "Managers Café"



     Como aproveitar a musicalidade e o ritmo para gerenciar uma situação crítica no trabalho diário de uma fábrica? Assim aconteceu há quase uma década.

     Tive uma grande oportunidade de fazer “start-up” de uma planta fabril desde a fase final da terraplanagem. Era numa cidade onde não havia na época uma grande cultura industrial, sendo que poucas pessoas possuíam experiência de trabalho numa fábrica. Escrevi um outro artigo chamado de “Geração Hambúrger” sobre o mesmo local. O pessoal que selecionávamos eram jovens em busca do primeiro emprego formal em sua maioria.

     Nesse ambiente, um dos desafios era como fazer com que o trabalho se iniciasse na hora combinada. Se fosse de manhã, seria para a reunião diária matinal da produção que também havíamos implementado. E se fosse à tarde, seria para retomada da produção após o horário de almoço.


     Durante o projeto das instalações de acabamento da fábrica, ficamos num dilema de qual seria a melhor maneira de avisar a planta inteira (22 mil metros quadrados) e sua área externa (80 mil metros quadrados) sobre os momentos relevantes relacionados ao trabalho. Campainha? Buzina? Sirene? Já tínhamos pensado num sistema de som para avisos gerais e resolvemos caprichar um pouco mais na qualidade dos equipamentos para poder tocar músicas sem distorções. Assim, adquirimos um sistema de sonorização que tocava som digital em horários programáveis ao longo do dia e da semana. Os alto falantes foram instalados em toda área coberta incluindo área fabril e escritórios.


     Se simplesmente a música substituísse a sirene indicando o início do trabalho, não seria nenhuma inovação. Eu queria fazer algo diferente. Tive uma ideia. E se o fim de uma música indicasse o início do trabalho?


     Assim começamos uma cultura de tocar uma música de um minuto de duração. O procedimento era o seguinte. No horário determinado, iniciava-se a música e os colaboradores teriam um minuto para chegar aos seus postos. Conhecendo o ritmo e a evolução da melodia era possível determinar a velocidade adequada para chegar ao local combinado. O final da música era o indicativo para início do trabalho.


     Preparei músicas clássicas tocadas por software MIDI para não ter problemas de direitos autorais e editado para durar exatos 60 segundos. Outros de 10 segundos para demais usos  apenas como se fosse sirene. Músicas ritmadas e alegres no início do trabalho e mais calmas, preparando o espírito para descanso em casa ao final do expediente. Transferimos para o reprodutor digital, programamos os dias da semana, horários e as músicas. Copiamos o arquivo para o reprodutor digital, começamos a usar e assim iniciamos uma cultura um tanto quanto diferente.



     Se você tiver a oportunidade de implantar uma nova fábrica, o uso de música para marcação de passo para início do trabalho é uma séria opção a se considerar. Mas não se esqueça de inovar usando o fim da música como início do trabalho.

Aconteceu alguma situação profissional que se encaixe no caso acima? Gostaria de compartilhar conosco?

Outros artigos de temas semelhantes estão acessíveis através do meu perfil no LinkedIn, lista abaixo ou pelo blog Managers Café.
  1.        Crise, Jarra e Professor Floriano Gurgel
  2.        O perigo do falso consenso - Um passeio em Abilene - 
  3.        Organização Silenciosa - Desastrosa cultura do silêncio
  4.        Geração Hambúrguer - uma ponte entre indústrias e serviços
  5.        Cultura do "Sim, senhor"
  6.        Movimento dos Sem Teto
  7.        Se o aluno não aprendeu, o instrutor não ensinou
  8.        Extrovertidos ou introvertidos - Boas ideias podem vir de qualquer lugar
  9.        Daniel Filho e Tina Roma, o profissionalismo da televisão - uma lição que guardei até hoje
  10.        Dia das Mães, 10 anos depois!
  11.        Tijolos, Muros, Paredes, Catedrais e Emoções - O que você está fazendo?
  12.        A última obra do João
  13.        Senna, Honda, chip da NEC, admiração, profissionalismo e homenagem
  14.        Um instante Maestro! Ou, não deixe a Música acabar
  15.        Carreira vs Vida Pessoal...
  16.        Existe Felicidade Profissional?
  17.        Gestão de Pessoas: O que eu aprendi com meu filho Autista
  18.        A Sorte de se construir um "Dream Team"
  19.        A culpa não é minha!
  20.        Demitir... A pior tarefa de um gestor
  21.        Lições de um artista de rua: A falibilidade nossa de cada dia
  22.        Delegar ou não, o dilema do gestor
  23.        Quem faz o bem tem que estar preparado para Ingratidão
  24.        Liderança por exemplo
  25.        Você tem medo de quê? Sua atitude define coragem ou paralisia
  26.        A incrível geração de gestores sem educação
  27.        Eu sei o que é melhor para você!
  28.        Quem está desempregado não tem tempo de ficar parado… 
  29.        Controle suas emoções
  30.        Destacando-se: Seja um Profissional de COMPORTAMENTO Empreendedor!
  31.        O exemplo como agente multiplicador
  32.        Quando você precisa mudar a direção
  33.        Networkers: Receptivo, Seletivo e Restritivo
  34.        Apertem os cintos, o RH sumiu!
  35.        Abrem-se as cortinas! O espetáculo continua - Linkedin não é Facebook

Nenhum comentário:

Postar um comentário