sábado, 18 de julho de 2015

Quem faz o Bem tem que estar preparado para a Ingratidão





Por Luciana Telles para LinkedIn Pulse e 
Blog pessoal da Luciana Telles no endereço https://lucianatelles.wordpress.com/
(reproduzido no "Managers Café" com permissão da autora)



Quantas e quantas vezes, tanto na vida pessoal como na profissional, não ficamos indignados ao nos facearmos com a ingratidão de alguém a quem ajudamos, ou que tenhamos nos dedicarmos de alguma forma, sem ao menos receber um simples OBRIGADO.

Diversas pessoas que já passaram por nossas vidas, a quem demos chances e que, na primeira oportunidade, nos viraram as costas, ou muito pior, acabaram nos colocando em situações complicadas, mentindo ou usando de má fé para trair e agir para conseguir seus objetivos, não se importando com quem precisaram magoar.  Todos temos, sem dúvidas, muitas histórias de ingratidão para contar que dariam vários livros… Todos sofremos muito com isso, fato!

Essa ingratidão dói mais ainda, pois, quando ajudamos, normalmente esperamos o mínimo de carinho e reconhecimento.  Esse é o grande erro!!!!

Quando ajudamos alguém temos que ter a maturidade de não esperarmos absolutamente nada em troca.  Devemos estar preparados para a Ingratidão.

No mundo corporativo, essa situação é tão comum quanto o dia nascer diariamente.  São inúmeras as pessoas que querem crescer a todo custo, “eliminam” os obstáculos, mesmo que isso signifique pisar em quem lhes estendeu a mão.

A competitividade do mundo faz com que as relações estejam cada vez mais frágeis, mais vulneráveis a interesses e à recompensas.  Definitivamente o mundo está perdendo o seu charme, se tornando egoísta e intolerante.

A Ingratidão é como um vírus, as pessoas acabam sendo contaminadas, tornando todo esse processo uma progressão geométrica de maldade: “Faço porque fizeram comigo”; “Se eu não fizer, alguém irá fazer”; “Fiz porque mereceu”… e assim, com as pessoas se cansando de “apanhar”, vão aderindo a este círculo vicioso, por não estarem preparadas emocionalmente para o PERDÃO e muito menos para o “FAZER O BEM SEM OLHAR A QUEM”.

Depois de muito sofrer com a necessidade da gratidão, hoje adoto uma postura completamente diferente.  Desta forma, não me magoo mais.  Primeiro, NUNCA deixo de fazer o bem por conta de experiências negativas do passado.  Aprendi que cada um só pode dar o que tem, não conseguimos tirar leite de cabra de um rinoceronte, nem fel do mel de abelha…  Quem tem amor para dar, não pode ser contaminado por egoísmo.  Muitas e muitas vezes já estendi a mão uma segunda vez, uma terceira, mesmo sabendo que a pessoa não mereceria, porém o que vale é a minha consciência.  Eu que tenho que dar a oportunidade da pessoa se arrepender.  Preparo-me para o pior, se o melhor acontecer, vira bônus.

Segundo, para evitar o desgaste de esperar reconhecimento, comecei a imaginar que cada ato positivo que fazemos, depositamos um crédito numa “Conta Corrente do Bem”.  Essa conta corrente transforma esses créditos em títulos capitalizados pelo amor Supremo, que vale muito mais que qualquer reconhecimento material, ou deste mundo.  Em algum momento esses seus títulos capitalizados serão resgatados.

Portanto, não nos deixemos contaminar pelo círculo vicioso do mal, ou até mesmo da neutralidade – “Não faço para não me magoar”, criemos o amadurecimento necessário para formarmos o círculo virtuoso do bem querer, da ajuda sincera e do amor.

O mundo anda tão agressivo, tão doente, tão rancoroso, que se cada um de nós nos despirmos da vaidade de necessitar o reconhecimento do próximo a cada boa ação nossa, conseguiremos agir conforme nossa natureza de amor, investindo na nossa Conta Corrente do Bem cada vez mais, nos tornando seres mais ricos e prósperos emocional e espiritualmente.

Mais textos no meu blog: https://lucianatelles.wordpress.com


Aconteceu alguma situação profissional que se encaixe no caso acima? Gostaria de compartilhar conosco?

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3 comentários:

  1. Aniete de Barros Fagundes21 de julho de 2015 às 16:33

    A generosidade é via de duas mãos: aquela que dá e aquela que recebe. Se, em uma das vias, aquele que recebe não agradece, significa que não é generoso. A generosidade maior está em receber.
    No reverso da medalha, quando você é generoso e sabe receber, torna-se devedor eterno de quem um dia o ajudou, e passa a ser refém eterno do Banco de Favores, que tem juros impagáveis.
    Portanto, a teoria correta é exatamente essa, fazer o bem sem olhar a quem eliminando a via de duas mãos. Parabéns pela matéria!

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  2. Realmente nosso maior erro é quando ao realizarmos o bem esperarmos retribuição. Devemos fazer o bem pelo bem. O resultado disso é uma satisfação muito mais sutil. A alegria maior que existe é ver uma pessoa feliz por nossa causa.

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  3. Bem, eu me encaixo perfeitamente no casa de ingratidão;; ;;trabalhava com meu primo numa loja de locação de material hospitalar desde 98, prestando serviços à empresas de home care e por mútua confiança nele por ser meu parente e chefe, emprestei 8 cartões de crédito para uma reforma na nova sede da empresa e ele não honrou os pagamentos das compras efetuadas e por conta disso nos brigamos e culminou na minha saída da empresa e desde maio de 2014 estou em casa sem poder trabalhar por conta da minha ctps sem dar baixa por ele e recebendo ligações diariamente das administradoras de cartão.; Além de tudo moro numa casa financiada ;pela MCMV e estou inadimplente por falta de pagamento.; Fiz o bem pensando no bem da empresa e fui a ruína pelo bem que promovi.;

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